quarta-feira, 23 de maio de 2012

ESTADO DO RIO DE JANEIRO I

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O Estado do Rio do Rio de Janeiro sofreu um processo de enfraquecimento econômico nas últimas décadas. Um dos fatores que contribuíram para esta situação foi a fraca infraestrutura no estado e a concentração de negócios e investimentos na cidade do rio de Janeiro, desde a época colonial até a década de 1960 (quando a capital do país foi transferida para Brasília), praticamente negligenciando as demais regiões do estado.

Durante o longo período em que a cidade do Rio de Janeiro foi a capital do país, o governo federal realizava investimentos em infraestrutura, ampliando avenidas, implantando linhas de trem, abrindo vias de acesso entre diferentes bairros, ampliando a rede de saneamento básico, etc. No entanto, estes investimentos não foram estendidos às outras cidades do estado, deixando-as poucos atraentes para empreendimentos industriais, de comércio e de serviços. As cidades fluminenses que ainda eram capazes de atrair investimentos econômicos situavam-se ao longo dos principais eixos rodoviários que conectam a cidade do rio de Janeiro a São Paulo e a Minas Gerais, além de municípios vizinhos à capital, como Duque de Caxias e Nova Iguaçu.

Por outro lado, no estado de São Paulo, a infraestrutura foi melhor montada devido a maior disponibilidade de capital fornecido pela atividade cafeeira. Os municípios do interior paulista contavam com uma boa rede de estradas, linhas de comunicação e  energia, entre outros elementos, integrando a capital paulista às cidades do interior. Esta situação promoveu um desenvolvimento econômico mais forte e homogêneo no estado de São Pulo. Além da melhor infraestrutura no estado, a cidade de São Paulo concentrou, ao longo das décadas do séc. XX escritórios de grandes empresas e de importantes bancos nacionais e internacionais.
Em relação ao estado do   Rio de Janeiro, processos históricos e políticos levaram a uma centralização de poder na cidade do Rio de Janeiro:

1°) Função militar para a defesa do território da província , com a construção de vários fortes;

2º) Função comercial devido à instalação do porto, responsável pelo escoamento de vários produtos até hoje, além de outros empreendimentos comerciais e de serviços;

3º) Função administrativa, enfatizada com a vinda da família real portuguesa, permanecendo como capital federal até 1960;

4º) Função industrial, atraindo diversos tipos de indústrias (têxtil, metal-mecânico etc.).

Esta centralidade construída ao longo de séculos levou à concentração de atividades econômicas na cidade do Rio de Janeiro e à falta de investimentos nas outras regiões do estado. Como podemos observar nos dados da tabela abaixo, há uma concentração populacional na região do Grande Rio (que é também chamada de Região Metropolitana na qual Itaboraí está inserida, mais os municípios de Niterói, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá):


Regiões do Estado

População

Área
Densidade demográfica
No.
%
%
(hab/km2)
Região Metropolitana
10.710.515
74,4
11
2 285,49
Região Noroeste Fluminense

297.696
2,0
12
55,28
Região Norte Fluminense
698.783
4,8
23
71,4
Região Serrana
752.002
5,2
16
108,04
Região das Baixadas Litorâneas

637.296
4,4
12
117,41
Região do Médio Paraíba
785.192
5,4
14
126,57
Região Centro-Sul Fluminense
254.103
1,7
7

83,67
Região da Costa Verde
255.695
1,7
5
106,70
Total no Estado
14.361.292
100
100
328,08
REESTRUTURAÇAO PRODUTIVA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: O que está acontecendo nesse momento?

A reestruturação produtiva é um processo que expressa grandes transformações na produção e na lógica de localização das bases industriais. A modernização dos sistemas de comunicação e dos meios de transportes possibilitou o capital industrial uma maior mobilidade, ou seja, as bases produtivas industriais tendem e se instalar nos locais onde as possibilidades de se obter o lucro ampliado sejam maiores. No caso do estado do rio de janeiro, a reestruturação produtiva vem se caracterizando pela descentralização das atividades produtiva s, gerando um esvaziamento produtivo da cidade do rio de Janeiro ao mesmo tempo em que se detectam novos investimentos produtivos no interior do estado.

A crise ou esvaziamento econômico do Estado do Rio de Janeiro, alardeada durante anos para justificar as sucessivas quedas nos índices econômicos no estado, a nosso ver, na verdade esteve o tempo todo associado a ascenção e à queda de um modelo de industrialização centralizada na cidade do Rio de Janeiro, sendo também resultante dos processos de reestruturação produtiva, geradora de importantes mudanças na organização industrial em todo o mundo.

A saída das atividades produtivas da cidade do rio de Janeiro em direção ao interior do estado justifica-se pelas deseconomias de aglomeração que, em outras palavras, são os fatores negativos aos investimentos produtivos na cidade do rio (sistema de trânsito caótico, o alto índice de violência urbana, o alto valor dos terrenos, etc.).

Dentre os investimentos no setor produtivo implementados no interior do estado, destacam-se a instalação da Volks no município de Resende, da Peugeot no município de Porto Real, da Michelin no município de Barra Mansa, da fábrica de bebidas Schincariol em Piraí, além da consolidação da cadeia petrolífera que se concretizará com a instalação do pólo petroquímico nos municípios de Itaboraí e São Gonçalo.

Continuamos depois....
  

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